Cidade de Fes no Marrocos

Oficinas de Curtumes

As oficinas de curtumes e os seus coloridos tanques são uma imagem de marca de Fes e um dos lugares mais procurados pelos turistas apesar do cheiro intenso que se faz sentir nestes locais. A maior destas oficinas chama-se Chouara. Encontra-se activa, sem interrupção, desde o século XVI. Para observar os artificies em acção e o panorama geral da oficina, há que entrar numa das lojas de curtumes que envolvem o recinto. Os empregados não colocarão objecções e poderão mesmo apresentar algumas explicações sobre o processo de fabrico e o local, mas uma gratificação é esperada. 

Mesquita Kairaouine

Infelizmente apenas os muçulmanos poderão visitar o seu interior, como acontece com quase todas as mesquitas em Marrocos. Foi construída originalmente em meados do século IX e ampliada no século XII, passando a poder receber 20 mil crentes. É uma das maiores mesquitas de África.  Para além do templo existe no local uma escola focada no ensino do árabe clássico e da teologia, apoiada por uma biblioteca histórica.

Madraça Bou Inania

Construída em meados do século XIV, é a mais elaborada das madraças existentes na cidade. Os portões impressionam logo, seguindo-se um pátio ricamente ornamentado com mosaico, madeira talhada e estuque trabalhado. As colunas de mármore branco e o minarete da mesquita adjacente, decorado com mosaico verde, são impressionantes. Está aberta aos visitantes todos os dias entre as 9 e as 17, mas encerra durante as orações. O ingresso custa 20 MAD.

Madraça el Attarine

Esta antiga escola de religião encontra-se anexa à mesquita Kairaouine. Foi criada na primeira metade do século XIV e podemos hoje apreciar o seu interior, onde se destacam os trabalhos decorativos de mosaico e a madeira e o estuque talhado. Está aberta todos os dias entre as 8 e as 18 horas e o bilhete custa 20 MAD.

Palácio Real

Infelizmente o Palácio Real não se encontra aberto ao público, mas o seu exterior é tão bonito que merece mesmo assim uma visita. Foi originalmente construído no século XIII, incluindo um túnel que ligava o palácio à Grande Mesquita, permitindo ao sultão deslocar-se ao local de oração sem se expor à multidão. Depois de um período de abandono foram restaurados pela dinastia Alauíta no século XVII.  Os enormes portões dourados chamam imediatamente a atenção, mas tenha em conta que fotografias são expressamente proibidas. 

Borj Nord

Este bonito forte ergue-se numa colina a norte da medina. Foi construído no século XVI com base nos modelos italianos de arquitectura militar. Era parte de um anel defensivo erguido em redor da cidade e hoje em dia encontra-se em imaculado estado de conservação.  Hospeda um museu militar, o primeiro do país, com uma colecção rica e bem organizada.  Mesmo que não tenha interesse no tema, as vistas justificam uma visita. Aberto de Segunda-feira a Domingo com uma pausa para almoço. O bilhete custa 10 MAD.

Bab Bou Jeloud

Todos os portões da medina são impressionantes, mas se só puder ou se só quiser ver um, então escolha o Bab Bou Jeloud, a oeste. O original datava do século XII, mas não resistiu ao correr dos tempos e o que hoje ali vemos é uma versão colocada em 1913. Dá acesso ao mercado principal de Fes, o souq, Tala’a Kebira e ao complexo da mesquita Kairaouine.

Mellah

O bairro judeu de Fes. Foi instituído por ordem do sultão Ar Rashid, em 1438. Chegou a ser habitado por 250 mil judeus. Hoje em dia a pequena comunidade que ainda reside em Fes mudou-se para a cidade nova mas o bairro mantém traços que testemunham a sua presença no passado. Na rua das Mérinides, a principal, observam-se curiosas varandas, que apenas aqui podem ser vistas. Ironicamente as casas mais ricas estão hoje em avançado estado de degradação e são ocupadas por famílias pobres.

Cemitério Judeu

Como noutras cidades de Marrocos existiu em Fes uma numerosa comunidade judia e como testemunho disso encontramos hoje um interessante cemitério judeu que é dos mais antigos do país. A um canto do recinto existe a sinagoga Habarim, hoje transformada num museu com artefactos ligados à história da comunidade e muitas fotografias antigas.

Túmulos Merínidas

Localizam-se no topo de uma das colinas que envolvem a medina da Fes. Ali repousam os restos mortais de uma série de sultões da dinastia Merínida, que reinou em Fes entre os séculos XIII e XV. Os túmulos sofreram com o passar dos séculos e encontram-se em estado de semi-ruína. A maior parte dos motivos decorativos foram apagados pelo tempo mas mesmo assim é um local muito atmosférico e de onde se têm grandes vistas sobre a imensidão da medina.

Museu Dar Batha

Um palácio na medina de Fes construído no século XIX por Moulay el Hassan. Foi convertido em museu em 1915. O seu espólio é composto sobretudo por artefactos tradicionais, mas expõe alguns objectos de artes aplicadas. Para além da tapeçaria, madeira talhada e mosaicos, destaque para a colecção de cerâmica do século XIV. O pátio interior é muito agradável, revelando a influência andaluz e tendo uma fonte ao centro.

Meknes

Meknes, uma das cidades imperiais de Marrocos, encontra-se a apenas uma hora de comboio  de Fes, existindo imensas ligações diárias. Meknes é uma cidade antiga, com muito para ver e um grande ambiente. Os seus mercados cheios de cor e aromas devem ser visitados, assim como o impressionante portão de Bab Mansour. Além disso, uma visita a  Meknes pode ser combinada com a ida às ruínas da cidade romana de Volubulis e uma visita a Moulay Idriss.

Volubilis

As ruínas da cidade romana de Volubilis situam-se não muito longe de Meknes, junto à cidade sagrada de Moulay Idriss. Volubilis foi fundada pelos romanos, que a perderam em 280 e manteve-se habitada até ao século XI. Em 1755 o mesmo sismo que arrasou Lisboa causou aqui grande devastação e uma série de estruturas derrocaram. Popularizou-se quando em 1988 foi local de filmagens do filme A Última Tentação de Cristo, e em 1997 tornou-se um dos nove locais em Marrocos considerados Património Mundial da Humanidade da UNESCO. A melhor forma de chegar a Volubilis é de táxi, desde Moulay Idriss. 

Moulay Idriss

Esta pequena cidade sagrada localiza-se a 65 km a oeste de Fes. Até 1912 apenas muçulmanos podiam visitá-la e só depois de 2015 foi permitido a pessoas de outras religiões pernoitar em Moulay Idriss. O seu carácter sagrado deve-se a ter sido ali sepultado Moulay Idris Al Akbar, o bisneto do Profeta Maomé. Para além do ambiente muito local e na natureza fotogénica das suas ruas existem alguns pontos de destaque em Moulay Idriss:  o túmulo, apesar de apenas os muçulmanos poderem entrar vale a pena espreitar do lado de fora; os banhos romanos, um pouco fora do centro; aqueduto de Haroune; mesquita Sentissi e o seu minarete cilíndrico, único em Marrocos. Tente chegar ao ponto elevado ideal para obter uma foto panorâmica da cidade, mas não é fácil encontrar o caminho certo no labirinto de ruas.